Convite à Loucura Nº36 A Verdadeira Comunhão Bíblica.
“Não
deixemos de congregar-nos, como é o costume de alguns, antes façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima[1].” Sempre que se fala
da importância da comunhão, os camaradas institucionais, citam esse versículo
de Hebreus; interpretado por eles como, “necessidade
vital de se juntar em um prédio com liderança clerical.”
Para os chefes
da religião, os construtores de templos, a única comunhão que Deus aceita como
verdadeira, é aquela que se faz debaixo dos seus domínios. Que lástima!
A Verdade.
Precisamos nos unir, juntando o nosso peso ao dos demais, a fim de
deixar uma boa impressão sobre esse mundo de trevas.
Não pense que somos contra, ou vivemos
sem, comunhão. Devemos sim nos reunir como Igreja. Mas, isto não implica que
deve ser em um serviço da “igreja” templo ou evento congregacional. Pode ser em
casa, numa lanchonete, em um jantar na casa de um amigo cristão. De fato, não
há versículo nas Escrituras que ligue os conceitos de adorar a Deus, a uma
“reunião da igreja”. Não podemos deixar de nos reunir, mas isso, não tem que
ser em uma instituição religiosa; debaixo de ordens de ninguém; ou tem?
A verdadeira comunhão bíblica é quando
pessoas de todas as idades, raças e classes sociais estão unidas em um mesmo
amor pelas Palavras do Evangelho. E não precisa ser muitas pessoas, Mateus
18.20.[2]
Geralmente nas reuniões das instituições o
que se vê é; muitas pessoas reunidas em um só lugar, mas com interesses
diversos.
Os interesses são muitos: É cantar
dando um show egocêntrico. É agradar o pastor. São filhos querendo agradar seus
pais. São pais tentando acostumar seus filhos numa vida que acham ser melhor
para eles. São jovens introvertidos tentando encontrar um namoro. É outros
jovens extrovertidos que não suportam o tédio de suas casas. São pessoas
pressionadas a não perderem o status que possam ter na instituição que
frequentam. É tudo que se possa imaginar, menos a verdadeira comunhão em torno das palavras do Evangelho.
Só
Podemos Fazer parte de uma Igreja
Peço a todos que usem de inteligência.
Esqueça um pouco as tradições que colocaram em sua cabeça e pensem!
Só existe uma Igreja. Denominações existem
muitas. Cristo só tem uma noiva e um corpo que é a sua Igreja. A Igreja[3]
é o corpo de Cristo, Colossenses 1.18; 24. A Bíblia não lhe orienta ser de
nenhuma denominação. De qual Paulo fazia parte? Ou qualquer outro apóstolo? Não
faço parte de nenhuma denominação, mas faço parte da Igreja de Cristo.
Igreja
é composta por todo aquele que crer no Senhor Jesus, João 1.12.
Em, 1Coríntios 12.12, podemos ver que o
corpo é um. Nesse texto Paulo usou o corpo humano como uma analogia para falar
de unidade da Igreja em Cristo. A Igreja é uma, mas, os membros são muitos.
Apesar de haver vários membros há apenas um corpo.
1Coríntios 12.27; juntos, todos os irmãos,
formam o corpo de Cristo. E individualmente cada um é apenas um membro.
Precisamos
da Igreja, precisamos congregar, precisamos da comunhão com outros irmãos, o
que não precisamos é de uma denominação, de uma instituição religiosa com suas
mentiras, hipocrisias, autoritarismos e rejeição de todo aquele que não se
submeter às suas ordens.
Hebreus 10.25a. “Não deixemos de congregar-nos,
como é costume de alguns;...”
Não precisamos de uma denominação para
cumprir esse conselho; os primeiros cristãos não tinham denominações e
certamente cumpriam bem mais esse conselho do que nós.
E
O Templo?
Para a Igreja não existe um templo, nem é
necessário um lugar específico para adorar a Deus. Templo é algo da antiga
aliança. Em João 4.21-24, fala de uma mulher que queria saber onde se deveria
adorar a Deus: se no monte onde Jacó adorou ou em Jerusalém. Jesus respondeu a
ela: “Mulher,
podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém[4]
adorareis o Pai. (...) Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai
procura para seus adoradores[5].” Essas
palavras de Jesus são para serem levadas a sério!
Podemos nos reunir para adorar em qualquer
lugar, mas, este local nada tem de especial, não é um lugar sagrado, e não
precisamos ter um vínculo com ele, nosso vínculo tem que ser com os membros do
corpo de Cristo, não com um lugar físico.
O denominacionalismo[6]
não glorifica a Deus, pois ele divide o corpo de Cristo em várias denominações.
Só que não existe divisão no corpo de Cristo. 1Coríntios 12.25; João 10.16.
Não existe divisão, não existe mais de uma
verdadeira Igreja, só existe uma Igreja!
E
a verdadeira comunhão dessa Igreja é em torno das palavras do Evangelho. A
pergunta agora é...
O
Que é o Evangelho?
Quem vive no espírito institucional acha
que evangelho é o que se ouve dentro dos círculos do templo, que ser evangélico
nada mais é do que participar de todos os programas da instituição.
Mas na verdade, o que é o Evangelho?
Evangelho é o fato real de que todo aquele que crê em Jesus, por meio de Jesus,
alcança Graça em plenitude absoluta total; graça que nos justifica, nos salva,
nos santifica e nos unge! Graça que, não só nos torna aceitáveis diante de
Deus, mas que também nos capacita, nos fortalece, nos condiciona na justiça,
nos educa na verdade para que possamos andar conforme o Evangelho. Mas o que é o Evangelho?
1.
Evangelho
é a certeza de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo,
não imputando aos homens as suas transgressões.2Coríntios 5.19.
2.
Evangelho
é o fato de que nós o amamos, quem quer que de nós o ame, porque ele nos amou
primeiro, Romanos 5.8; 1João 4.19.
3.
Evangelho
é a certeza de que não há negócios nem trocas a fazer com Deus. E que está tudo
consumado e pago. Que o grito definitivo de “está consumado”, (grego: tetelestai[7] ), (está
pago) de Jesus, na cruz, cancelou todas as coisas, todas as culpas, todas as
dívidas, João 19.30.
4.
Evangelho
é a maravilhosa notícia de que está tudo feito, porque se Deus não tivesse
feito em nosso lugar, não haveria nada que pudéssemos fazer que realizasse
qualquer coisa em nosso favor.
5.
Evangelho
é a certeza de que o escrito de dívida da lei de Moisés, lei moral, cerimonial
de qualquer outra natureza, foi cancelado inteiramente e cravado na cruz. E com
esse ato, Jesus, derrotou os principados e potestades do seu poder, triunfando
sobre eles na cruz, Colossenses 2.13-15.
O Evangelho não é um conjunto de regras,
como se ensina por aí. Se tivéssemos que reduzir o Evangelho em uma só coisa; o
Evangelho é amor à Deus e ao próximo, e é tratar o próximo como agente quer que
o próximo nos trate; com amor com graça com misericórdia. É isso! Mateus
22.37-40; Romanos 13.8-10; Gálatas 5.14; Tiago 1.26-27; 2.8.
O
Protestantismo.
O protestantismo está sobre juízo, e
esse movimento que agente chama de evangélico, tem tudo, menos o Evangelho. O
que se anuncia ali é o anti-evangelho, é pura macumba, o deus que está
instaurado é mamom, o altar é aquele ao qual agente só se ajoelha com
expectativa de receber alguma coisa, se puser grana, se participarmos das
campanhas, todas elas baseadas no Velho Testamento; aí tem que ser baseado em
Gideão em Sansão em Jefté nos juízes, na pancadaria na maldição; porque no
espírito do Novo Testamento eles, os falsos mestres, sabem que não dá pra
sobreviver com isso que eles chamam de “igreja”. O diabo conseguiu fazer as pessoas
procurarem o cristianismo não em busca da justificação, mas em busca de algum
proveito secular. Porque grande número de igrejas se apóia na atividade
carismática, fazendo ou prometendo milagres instantâneos ou a curto prazo,
bastando a fé em Jesus Cristo e o pagamento do dízimo.
Conclusão.
Existem aqueles que
ainda se perguntam: “Como podemos ter
comunhão sem um ajuntamento institucional?” Meu camarada, onde menos se vê
comunhão, é em uma instituição religiosa tida como igreja.
Veremos comunhão verdadeira e bíblica
quando cada casa vier a ser uma Igreja, Atos 2.46; 8.3; 20.20;; Romanos 16.5;
1Coríntios 16.19; Colossenses 4.15; Filemom
1.2; 2João 10, cada indivíduo se vendo como Igreja, cada dois ou três reunidos
em nome de Jesus, sendo ali um lugar onde ele está e sendo um ajuntamento
Igreja; cada família se abrindo pra se transformar em um lugar desses, de
graça, de amor, de inclusão, de leitura de Palavra, de compreensão do
Evangelho, de maturidade, de estímulo uns aos outros para que cresçam na graça
e no amor de Deus. Quando isto
acontecer, nós vamos ver uma outra revolução daquilo que Jesus chamou de Igreja
acontecendo no planeta. Aí sim; experimentaremos a verdadeira comunhão bíblica
em nosso meio! Mas receio que isso seja uma impossibilidade tendo em
consideração “aquele dia” que se aproxima. Que Deus abençoe a todos!
Em Cristo
Francisco Rodrigues Filho
[2]
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, ali estou no meio deles”. Aqui, Cristo prometeu estar presente no meio de um rebanho
ainda menor ( as duas ou três testemunhas reunidas em seu nome com propósitos
de disciplina). Se em questão de disciplina, dois ou três, bastava para que
Cristo estivesse em seu meio. Assim também é na adoração.
[3]
Quando falo em “Igreja” com I
maiúsculo, é o que Jesus e o Novo Testamento definem como Igreja; ou seja, o encontro com Deus e uns com os outros em torno
do nome de Jesus e em acordo de fé com o Evangelho. Quando falo “igreja” com i
menúsculo, me refiro a representação histórico-institucional do fenômeno
histórico, social, econômico, político e culturalmente autodefinido como
“igreja”. Aquela que tem uma hierarquia, sigla, geografia-fixa e membros
sócios!
[4]
Nem neste monte, nem em Jerusalém. Não precisamos debater onde devemos
adorar; pois lugar nenhum tem alguma função nas vidas de quem adora
verdadeiramente a Deus. Com a vinda de Cristo, as diferenças que haviam entre
verdadeiros e falsos adoradores baseados em localizações geográficas desapareceram.
[5]
Os verdadeiros adoradores são
todos aqueles que adoram a Deus de coração por meio do Filho em qualquer lugar
(Filipenses 3.3).
[6]
Denominacionalismo é aquele
espírito que confina, encerra, enclausura as pessoas em um prédio designado por
uma nomenclatura tal como: “igreja fulana de tal, etc...” Veja que esse tipo de
partidarismo já existia no tempo de
Paulo 1Coríntios 1.12-13, a nada nem a ninguém, nem mesmo a um apóstolo,
como esse texto mostra, deve ser dada a fidelidade que pertence somente ao
Senhor. Nem Cristo, nem seu corpo - a Igreja – está dividido.
[7]
Esse termo tetelestai é o
perfeito indicativo passivo de telew, que
significa: terminar, completar, concluir, pagar (uma conta), realizar. Tetelestai indica que
essa ação, de consumação, foi concluída no passado, mas que tem resultados
continuados. Foi pago para sempre. Este verbo carrega a ideia de cumprir a
tarefa e, em contextos religiosos, expressa a ideia de cumprir obrigações
religiosas. Toda
a obra da redenção fora completada. Essa palavra tetelestai, foi encontrada
em papiros, sendo colocada em recibos de impostos, significando “totalmente
pago”.