quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A graça do SENHOR e nossa insuficiência.

Convite à Loucura Nº47

Um Deus de graça e seus servos inúteis
     Enquanto alguns “crentes” acham que são merecedores de uma vida boa aqui nesse mundo, reivindicando “seus direitos”, decretando bênçãos como se Deus tivesse o direito de favorecê-los, a Bíblia nos diz que por mais que tenhamos feito, ainda somos servos inúteis, isto é, indignos de qualquer honra especial (Lucas 17.10).

      Erguem seus templos suntuosos, são assíduos em suas reuniões e por isso acham que são os tais. Esquecem que Deus “não habita em santuários feitos por mãos humanas”, e não precisa de nada que venha de nossas mãos, do contrário, ele “é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”. (Atos 17.24-25).

     Até o simples ato de aceitar a salvação, na verdade vem dele. É ele quem efetua em nós o querer de acordo com sua boa vontade (Filipenses 2.13). Não somos nem capazes de pensar em alguma coisa boa, quando isso acontece é uma iluminação de Deus e não de nós, “pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus.” (2Coríntios 3.5).

A Graça.
     “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.” (Efésios 4.7), “graça” aqui é a definição em uma única palavra do significado do evangelho, as boas novas da oferta de salvação de Deus para a humanidade perdida e indigna. A salvação que o Senhor nos dá é totalmente de graça, não tem relação com nada que tenhamos feito. Leiam também Efésios 2.7-10 e parem com essa paranoia de achar que de alguma coisa somos merecedores. O nosso caminho era o inferno, mas Deus com sua graça abundante enviou seu Filho para nos livrar desse destino terrível.

Vamos à história!
     Os escribas e fariseus que supostamente haviam se convertido a Cristo, estavam querendo impor legalismo e ritualismo como pré-requisitos necessários para a salvação. Por isso surgiu o primeiro concílio[1] e mais importante de todos.[2] Nesse concílio os apóstolos e muitos presbíteros contestaram e afirmaram, para sempre, aquilo que a Bíblia já afirmava, que a salvação é exclusivamente pela graça, mediante a fé em Cristo. (Atos 15.1-11).

     Alguns indivíduos, judaizantes que se nomeavam guardiões do legalismo, ensinavam uma doutrina de salvação pelas obras. Em particular, aqui, a circuncisão, heresia propagada pelos judaizantes, baseados em Gênesis 17.9-14.

    Pedro fez o primeiro dos três discursos no concílio, que constitui uma das mais fortes defesas contidas na Escritura, da salvação pela graça por meio da fé somente.[3] Pedro começou sua defesa recapitulando como Deus salvou os gentios nos tempos da Igreja primitiva sem requerer circuncisão, observância da lei ou de rituais, referindo-se à salvação de Cornélio e os de sua casa (Atos 10.44-48; 11.17-18). Se Deus não exigiu nenhuma qualificação a mais para a salvação, então ninguém deveria exigir. Paulo enfatizou esse mesmo assunto em Filipenses 3.2-11.


     Esses legalistas hereges esperavam que os gentios carregassem uma carga que eles mesmos não estavam dispostos a suportar. É por isso que Pedro disse: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.” (Atos 15.10-11).

Salvação pela graça.
      Se você viver a vida tentando fazer algo para agradar a Deus e consequentemente receber como recompensa a salvação, o que lhe aguarda é a danação eterna, pois você não creu na Palavra de Cristo que diz que: “Todo aquele que nele crer está salvo!”

      O salvo é aquele que crê que está salvo. E não aquele que busca incessantemente merecer essa salvação.

       Os “mestres” institucionais odeiam esse ensino, pois o que eles querem é que o povo fique dependendo deles, de suas orações, de suas reuniões, de seus rituais que, na verdade afasta cada vez mais de Deus aqueles que a eles se submetem.

     A boa nova que eles pregam não é boa nova, mas é a antiga aliança disfarçada. Onde sugere que para se receber a bênção da salvação temos que costurar o véu do templo[4] e depositar no altar, em proporção, tudo aquilo que se quer receber do SENHOR. 

O seu serviço a Deus pode ser um ato de rebeldia!
    Os supostos deuses pagãos obrigam o homem a lhes prestar serviço. Só que o nosso Deus, o único e verdadeiro Deus, é diferente, ele não depende de ninguém para dar andamento nos seus negócios. Ao contrário, ele engrandece sua auto suficiência fazendo todo o trabalho sozinho.
     O próprio Jesus disse que “nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido...” (Marcos 10.45ª).

     Muitas vezes o serviço a Deus tem se tornado em idolatria. Muitos têm servido ao Deus verdadeiro de forma errada. Se Jesus disse que não veio ao mundo para ser servido, o serviço a ele pode ser um ato de rebeldia.

     Deus não quer ser servido, pois ele “não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais...”(Atos 17.24b-25). Deus é quem nos serve de modo a suprir nossas necessidades, “porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Isaías 64.4). Ele procura pessoas que o deixem trabalhar poderosamente para elas e por meio delas.

     Veja que Deus repreende Israel por lhe trazer tantos sacrifícios (Salmos 50.9-10; 12).
     Não devemos trabalhar para Deus, leia Romanos 4.4-6. Trabalhadores recebem o que lhe é devido e não presentes de graça. Ele recebe a glória por ser o realizador da graça, e não por pagar a alguém o que lhe é devido. A “carne” religiosa sempre desejará prestar serviço a Deus (Romanos 8.13). E quando trabalhamos muito para o Senhor temos a tendência de nos orgulhar por esse serviço; os que assim fazem não servem a Cristo, nosso Senhor, mas a si mesmos! Contudo, a Bíblia também nos aconselha a servir ao Senhor (Salmos 100.2ª; Romanos 12.11). Como pode ser isso?

     O que temos para ofertar a Deus sem o desonrar e sem se rebelar contra ele? Resposta: qualquer coisa que demonstre nossa dependência e a autossuficiência dele. Em vez de ficarmos uma pilha de nervos pensando em como servir a Deus, podemos começar ofertando-o a nossa “ansiedade” (1Pedro 5.7). Repito: Deus receberá de nós qualquer coisa que demonstre nossa dependência e autossuficiência dele.

      Vamos ler Salmos 123.2. “Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva, na mão de sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no SENHOR, nosso Deus, até que se compadeça de nós.”
      Lhes prestaremos um bom serviço se agirmos como esses servos que têm os olhos atentos à mão de seus senhores, sempre esperando por misericórdia. O bom servo que agrada a Deus, em vez de oferecer assistência, sempre recebe misericórdia.

       A única forma correta de prestar serviço a Deus é de uma forma que lhe garanta toda a glória (1Pedro 4.11). Como servi-lo de modo que ele seja glorificado? Fazendo isso na força que ele supre.  

Conclusão.
       Devemos trabalhar arduamente; porém, jamais nos esqueçamos de que tudo é feito pela graça de Deus conosco (1Coríntios 15.10). É ele quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar (Filipenses 2.13). Vamos pregar e evangelizar sem ousar dizer nada além do que Cristo operou em nós (Romanos 15.18).

       O verdadeiro serviço que agrada ao Senhor é quando tudo o que fazemos glorifica a ele e não a nós!  “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Coríntios 10.31).
   
       Em Cristo
       F.Rodrigues Filho







[1] Concílio é uma assembleia, uma reunião, um conselho de líderes religiosos. A palavra latina consilium significa “assembleia”, “ajuntamento”. O termo grego, usado no Novo Testamento, é sune///drion  (synédrion), que significa “estar sentado com”. Depois a igreja católica realizou inúmeros concílios!
[2] Esse foi o concílio de Jerusalém, o qual estabeleceu a resposta à questão doutrinária mais vital de todas: “O que uma pessoa deve fazer para ser salva?”
[3] Atos 15.6-7.
[4] O tabernáculo de Deus onde os israelitas o adoravam tinha dois compartimentos separados por um véu, o santo lugar e o santo dos santos (Êxodo 26.33). No lugar santo os adoradores podiam entrar, contudo no santo dos santos somente o sumo sacerdote podia adentrar uma vez por ano para pedir a seu favor e a favor do povo. O santo dos santos era o lugar onde a presença de Deus era constante e se o sacerdote entrasse em pecado era fulminado com a morte.
    O povo comum vivia separado da presença do Senhor por esse véu. Quando o véu foi rasgado de alto a baixo o povo podia se achegar a presença de Deus por meio de um “novo e vivo caminho” (Hebreus 10.19). Por causa da morte de Cristo e de seu ministério como sumo sacerdote e de seu sacrifício consumado, todos podem se colocar com intrepidez (confiança) na presença de Deus.
    Tentar costurar esse véu novamente é esquecer, ignorar, passar por cima de tudo que está escrito em relação ao sacrifício de Cristo e se submeter novamente a sacerdotes que mediam ao seu favor e a favor do povo, que diabolicamente se tornam mediadores entre o crente e Deus, contrariando a Bíblia que diz que esse único mediador, agora, é Cristo Jesus Nosso Senhor (1Timóteo 2.5).

domingo, 6 de setembro de 2015

Ser Igreja de Deus.

Convite à Loucura Nº46 O Ser Igreja no Senhor.
     Na Igreja do Novo Testamento os crentes eram Igreja, hoje as pessoas pertencem a uma igreja[1]. O ser Igreja é compreender que Deus nos ama como somos e não como uma denominação diz que deveríamos ser. Ser Igreja é amar mesmo sem ser amado, é saber que somos habitação de quem tanto nos amou e nos ama em sua infinita graça e misericórdia mesmo sem merecermos.
O Pertencer a uma “igreja”.
     Agora, pertencer a “igreja” é outra coisa totalmente diferente dos princípios de Cristo.[2] O pertencer a “igreja” é simplesmente estar na “igreja instituição”. Cristo Jesus não nos chamou para pertencermos a “igrejas” belíssimas e sim para sermos belíssimos como Igreja. Viver como Igreja é mais importante do que erguer templos enormes para encher de pessoas vazias, indivíduos que se fecharão naquele clubinho social e quase sempre condenando outros que escolheram um viver diferente.
Cristo nunca se distanciará do seu povo!
      Os que pertencem à “igreja”, muitas vezes descrevem um Jesus bem diferente do Jesus do evangelho, um Jesus tirano e vingativo que por qualquer coisa se distancia do crente e ainda o castiga, quando na verdade o Jesus do evangelho disse que estaria com o crente verdadeiro “todos os dias até a consumação dos séculos.” (Mateus 28.20). 
      Deus nos ama não por razão de sermos bonzinhos ou por que merecemos seu amor pois o amor de Cristo é incondicional.
     
      No texto de Mateus 9.9-13 vemos Jesus amando alguém que era odiado pela sociedade judaica, o publicano. Ele estava sentado na coletoria porque ele era um coletor de impostos (v.9). Os coletores de impostos estavam entre as pessoas mais desprezadas nessa sociedade. Pois geralmente era um judeu que cobrava dos judeus para entregar para os romanos. As vezes, parte do dinheiro coletado era para ganho pessoal e a outra parte era imposto para Roma, assim eles eram considerados como traidores da nação judaica.[3] Isso mostra que Jesus não veio para os super crentes que pertencem à “igreja”, veio para os pecadores que em Cristo e por causa de Cristo descansam sendo Igreja (Mateus 11.28).

Diz Jesus: “Segue-me!”
     É interessante que o Senhor Jesus chama Mateus usando o verbo grego que é o imperativo presente ativo de a)))kolouqe///w (indicando que é uma ordem para fazer algo no futuro, e envolve uma ação continuada ou repetida). Literalmente Cristo está dizendo: “Liga-te à minha pessoa a fim de ouvir e me seguir.” Ou seja, o Senhor chamou Mateus para “ir atrás dele” e não ser guiado pelo preconceito dos religiosos da época (os fariseus) que eram os sacerdotes e doutores da lei, temidos por seu rigor e poder político. Hoje em dia os que lideram à “igreja” e os que estão na “igreja instituição” são vistos da mesma forma que os fariseus da época de Jesus tratando os outros como publicanos, mas graças a Deus que Jesus veio justamente para os pecadores. E Jesus confronta os religiosos com a frase: “...misericórdia quero, e não sacrifício...”.[4] O sacrifício mais importante, maior e agradável para Deus é o nosso amor sincero e isso só faz quem quer ser Igreja.
     Estar na “igreja” nos limita, permanecer na “igreja” nos isola. Agora o ser Igreja nos uni e nos faz de fato discípulos que anda atrás de Jesus. Seja Igreja para servir e adorar a Deus em todo e qualquer lugar, seja Igreja para pertencer a sociedade e fazer diferença do que serve a Deus e do que não serve através do amor puro e verdadeiro sem querer nada em troca.
     Quem é Igreja acolhe, quem pertence a “igreja” exclui, separa, quem está na “igreja” não consegue ir atrás de Jesus, pois está preso a costumes, tradições e ao legalismo.
     Quem está em Cristo faz parte de sua Igreja, pois está salvo e viverá eternamente (João 5.24). Cabe agora ao homem crer nessa providência e arrepender-se de sua atual situação de pecado (Atos 3.19). Não existe crente sem Igreja, pois ele é a Igreja! Todos nós, discípulos de Cristo, somos Igreja de Deus e Cristo é a “cabeça dessa Igreja” (Efésios 4.15). Só Jesus é cabeça (grego; kefalh//// ) e ninguém mais.
A igreja como um negócio!
      Cada vez mais a igreja institucionalizada se assemelha a uma organização empresarial. Sua liderança e seus métodos para com seus servos operários (os obreiros e missionários) estão cada vez mais próximos de uma metodologia empresarial capitalista.

     Os escritores do Novo Testamento nunca usam a aparência de uma corporação comercial para descrever a Igreja. Diferentemente da igreja institucional, os cristãos primitivos não conheciam coisas como gastar quantidades colossais em programas e projetos de construção, em vez de assumir o fardo pesado de seus irmãos. A verdade é que a igreja institucional é visualizada como uma corporação. O pastor é o executivo principal; há juntas e comitês. O evangelismo é o processo industrial pelo qual é feito seu produto, e as vendas podem ser traçadas num diagrama, comparadas e previstas, há também programas estratégicos de crescimento com o tema de “igrejas multiplicadoras”. Assim este processo industrial tem lugar numa economia de crescimento, de modo que toda igreja/corporação cujas cifras de venda não superam às do ano passado, está em dificuldades.

     A Igreja revelada na Bíblia é uma família amorosa, não um negócio. É um organismo vivo, não uma organização. É a comunidade do Rei, não uma máquina hierárquica bem lubrificada. Este exemplo se acha, não só em Atos, mas ao longo das epístolas paulinas, e principalmente nas cartas de João.
Quem são os que não conseguem viver sem a “igreja instituição?”
    Infelizmente existe uma galera que não consegue viver fora dos muros institucionais. Quem são eles?
     Alguns são cantores e cantoras que não se veem sem uma platéia e sabem que só ali poderão se mostrar e alimentar sua vaidade e por isso não querem perder essa oportunidade.
     Outros são pessoas carentes de socialização que não conseguem se ver longe daquele ajuntamento. Firmam um compromisso com esse clube humano fraterno, e são fiéis a ele porque são pessoas mal resolvidas, com famílias em crise, sem vínculos afetivos estáveis, e que, encontra naquele ajuntamento de pessoas, a mesma coisa que um cara criado na rua encontra numa turma de malandros, ou seja, acolhimento e afinidade mesmo sabendo que todo aquele acolhimento não passa de falsidade. Por causa da carência, ele resolve não deixar de se envolver com aquilo, embora saiba que tudo ali está deturpado em relação ao evangelho.
   Há também outra classe que não consegue viver sem a instituição são os pregadores exibicionistas que não conseguem pregar sem uma platéia para adorá-los. Eles não têm a humildade de falar de Cristo pra duas ou três pessoas, preferem sempre uma multidão. E pra esses, quanto maior a “igreja”, melhor!      E por fim há também aquelas pessoas que gostam de ajudar financeiramente, dizimam fielmente, dão ofertas generosas e por isso são bajulados pelos líderes institucionais. Essa bajulação infla o ego deles ao ponto de não conseguirem mais viver em paz sem tal adulação. Quanto maior a dependência deles, mais o alto clero alimenta essa doença, exaltando, elogiando e contribuindo para que as arrecadações não parem, do contrário sejam cada vez maiores!
     Existe também alguns que simplesmente não abriram os olhos para a realidade, e, por terem mentalidade de rebanho ficam ali até serem impactados com a verdade e o poder do evangelho e mesmo relutando chegam a um ponto em que o Espírito Santo lhes convence que estão em um caminho nada legal.
      São esses que não conseguem viver sem a igreja instituição e procuram, com todas as forças e de todas as formas, defender esse sistema diabólico!
Somos Igreja no Senhor!
     Somos Igreja não por causa da denominação que frequentamos, ou por causa dos grandes e modernos prédios. Somos Igreja porque em nós habita o Espírito Santo de quem se doou por nós como prova do mais verdadeiro e puro amor.
     Em Cristo Jesus Nosso Senhor que nos ama como somos e nos chama para ser Igreja e não para estar entre quatro paredes da igreja institucionalizada. 
    
     Em Cristo
                                    
     Francisco Rodrigues Filho





[1] Como já escrevi, quando me refiro a “Igreja”, com i maiúsculo, é o que Jesus e o Novo Testamento definem como Igreja; ou seja, o encontro com Deus e uns com os outros em torno do nome de Jesus e em acordo de fé com o Evangelho.
   Quando falo “igreja”, com i minúsculo, me refiro a representação histórico-institucional do fenômeno histórico, social, econômico, político e culturalmente autodefinido como “igreja”. Aquela que tem uma hierarquia, sigla, geografia-fixa e membros sócios!
[2] Cristo fundou a Igreja, mas ela não é uma instituição de pedra, tijolo e cimento e sim um organismo vivo, livre e solto e não uma prisão exclusivista.
[3] Alguns deles lesavam o próprio governo com relatórios falsos, aceitando suborno. Esses homens eram classificados entre as prostitutas e os pecadores da classe mais vil.
   Provavelmente o propósito de Jesus era ter um apóstolo vindo dessa classe a fim de demonstrar mais claramente a graça de Deus. Os religiosos dessa época (os fariseus) consideravam os publicanos como homens sem esperança, sem direito ao arrependimento. Jesus mostrou que não há quem não possa arrepender-se, e que do meio dos homens mais infames Deus pode tirar quem quiser, para ser usado especialmente.
[4] Oséias 6.6ª, Mateus 9.13; 12.7.

domingo, 12 de abril de 2015

Crente Gay? Existe isso?

Convite à Loucura Nº45 O Crente pode ser Gay?
     Já ouvi algumas vezes pessoas dizendo que Deus em seu imenso amor compreende, ama e aceita o comportamento homossexual. Realmente Deus ama todas as pessoas (João 3.16) incluindo os homossexuais, e a Bíblia diz que ele é amor e “aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1João 4.8). Todavia essa não é toda a verdade! Alguém disse que: “A mentira mais perigosa é aquela que mais se parece com a verdade”.
     Embora o amor de Deus seja inquestionável vemos também no texto bíblico como ele abomina o pecado, e que o ser humano é responsabilizado por seus atos (Ezequiel 18.4; Romanos 6.23). Deus certamente ama a todos os seres humanos e foi exatamente esse amor que fez com que ele enviasse o perfeito sacrifício pela remissão de nossos pecados na bendita pessoa de Jesus cristo ( João 3.16; Atos 10.9-10 ) mas esse amor não nos isenta de responsabilidades, de ter uma vida santa, sabendo que se alguém está em Cristo é nova criatura e que de uma mesma fonte não sai dois tipos de água ( Romanos 12.1-2; Hebreus 12.14; 2 Coríntios 5.17; Tiago 3.11-12).








O Problema
     Representantes do homossexualismo têm não apenas lutado por uma tolerância social, mas também por uma completa aprovação de seu comportamento. Alguns têm até a ousadia de reinterpretar a escritura, queixando-se da polarização cultural por parte dos escritores bíblicos. Chegando ao absurdo de produzirem uma “bíblia gay” com o texto sagrado manipulado, distorcido e mutilado.









     Compreendo que esse é um tema complexo, contudo, como um apologista vou me ater em dizer apenas o que a Bíblia diz sobre o assunto que, na verdade, é isso que deve interessar ao discípulo verdadeiro de Cristo. Se somos servos de Deus devemos procurar, em sua palavra, saber o que ele pensa sobre qualquer assunto e na dependência do Espírito Santo procurar ter a mesma visão que ele.

Desmascarando a “teologia gay”.
      Existem algumas teorias que apresentam supostas explicações para a origem do homossexualismo com base na natureza tentando provar que ele é inato, imutável e normal e, dessa forma, deve ser aceito em pé de igualdade com o heterossexualismo. Para garantir essa tese, adotaram os desdobramentos da teoria do “determinismo biológico”, ou seja, a afirmação de que os homossexuais simplesmente nasceram assim e que sua orientação sexual não pode ser alterada. Com isso, o mínimo que se pode esperar da sociedade é a aceitação de tal comportamento, bem como a legalização dos relacionamentos homossexuais. Bem. Como já falei, se somos cristãos e temos a Bíblia como a única regra de fé e prática, vamos nos limitar no campo da fé bíblica. Sinceramente o que acho é que teses científicas não podem nos mover como faz a verdade absoluta da Bíblia.
Há esperança para o gay?
     Dependendo de quanto a relação homossexual ficou arraigada, uma pessoa pode passar anos, talvez a vida inteira, lutando contra tentações homossexuais. E é nessa luta, nesse esforço, que o camarada pode ter a certeza de que salvo está. Agora, se do contrário, o cara levanta a bandeira da viadagem e proclama a todo fôlego que se orgulha em ser gay e que todo o seu comportamento tem o apoio de nosso Deus santíssimo, aí ele vai de encontro com a Rocha sagrada, que é Cristo, e eu posso lhes garantir, em Cristo, que esse camarada vai quebrar a cara e na sua morte será arremessado no inferno por toda a eternidade. Pois é a Bíblia Sagrada que nos garante isso!´
     A Bíblia afirma que aqueles que se entregam deliberadamente ao pecado do homossexualismo, o fazem, movidos por uma rejeição consciente da verdade e da graça de Deus (Romanos 1.26-27).
     Sem dúvidas Deus ama todas as pessoas, e isso inclui os homossexuais, que são convidados a conhecer plenamente o evangelho. Entre os cristãos da Bíblia havia também aqueles que tinham sido homossexuais no passado, mas naquele momento eram novas criaturas. Leia 1Coríntios 6.9b-11.
Versões da Bíblia.
      Os versículos 9b-10 dizem: “Não vos enganeis: nem impuros nem idólatras, nem os adúlteros, nem EFEMINADOS, nem SODOMITAS, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus.” Na Almeida Revista e Atualizada.

      “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os EFEMINADOS, nem os SODOMITAS, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.” Na Almeida Revista e Corrigida.

    “Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os HOMOSSEXUAIS, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus.” Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

    “Não vos iludais! Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os DEPRAVADOS, nem as pessoas de COSTUMES INFAMES, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus.” Na Bíblia de Jerusalém.
    “mh\ plana==sqe: ou)/te po/rnoi ou)/te ei)dwlola//trai ou)//te malakoi\\ ou))//te arsenokoi==tai, ou)) me//qusoi, ou)) loi//doroi, ou))x a((//rpagej basilei//an Qeou== klhronomh//sousin.” No Grego do Novo Testamento original.

      Nessas versões traduzem o adjetivo malako//j por, efeminados, homossexuais e depravados. E o substantivo a))rsenokoi///thj por sodomitas, homossexuais e aqueles que tem costumes infames. É bem lógico já que malako///j literalmente é um homem suave, delicado, luxuoso. Ou seja é um parceiro passivo em uma relação sexual. E a))rsenokoi//thj é um pederasta ou sodomita, esse termo representa o ato sexual de homem com homem. A sodomia, portanto, é apenas um eufemismo, sendo muito empregado pelos tradutores, a fim de suavizar o impacto da expressão.  A palavra “arshn” sozinha significa “macho, varão”, e “koi///th”, que originalmente era “um leito”, um “lugar para deitar”, veio finalmente indicar “contato sexual”. O homossexualismo era um pecado tão comum na Grécia antiga que veio a ser chamado de “pecado grego”.
      Os trechos de Levítico 18.22 e 20.13 ordena a pena de morte para os homossexuais. O castigo violentíssimo das cidades de Sodoma e Gomorra foi causado exatamente por esse pecado, que ali chegara a um grau sem-par. De acordo com historiadores, as antigas sociedades gregas e romanas não apenas aceitavam o homossexualismo e a pederastia, mas exaltavam essas práticas como uma expressão de afeição superior ao amor heterossexual. As práticas homossexuais eram comuns também em todo o mundo semítico; entretanto, para os judeus sempre foi uma abominação (Lv 18.22).

    Nesse texto o Apóstolo Paulo foi claro ao dizer que, na igreja de Corinto, havia pessoas que outrora eram impuros, idólatras, adúlteros, homossexuais passivos e ativos, ladrões e etc... mas naquele momento foram lavados no sangue de Cristo. Isso é mais uma prova de que atos passados não importam para Deus, e sim nosso presente! (Ezequiel 18.21-24). O desejo do Senhor nosso Deus é que todos se arrependam e vivam (Ezequiel 18.32). Ele não tem prazer na morte de ninguém (1 Timóteo 2.4; João 5.40). Mas quer que todos se arrependam! 


E os Eunucos de Mateus 19.12?
     Defensores da teologia gay defendem que os “eunucos de nascença” de Mateus 19.12 são homossexuais que já nasceram gays, com isso afirmam que a Bíblia apoia o determinismo biológico, e que a orientação sexual dos gays não pode ser alterada.
      A palavra eu))nou==xoj vem de dois termos gregos: eu==nh//, que significa “cama”, e e///))xw, que significa “ter”. O eunuco era o homem que tinha a responsabilidade de proteger e de cuidar do dormitório do harém oriental. Eram emasculados (castrados) para garantir o cumprimento do seu serviço sem terem problemas de vontades sexuais. É uma pessoa do sexo masculino que foi castrada --- “eunuco”.
    Já os que nasceram eunucos, esse não lhes foi tirado a virilidade mas, nascem com defeitos físicos (ou mentais) que os tornam incapazes das funções sexuais. Os judeus chamavam esses homens de “eunucos do sol”, isto é, pessoas que nunca viram o sol exceto no estado de eunuquismo (pessoas que sempre foram eunucos). São homens que, mesmo não sendo castrados, estão, por natureza, impossibilitados de terem relações sexuais --- “homem impotente”.
    Existem também aqueles que “a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus”. São pessoas do sexo masculino que não se casa, mesmo que não seja necessariamente impotente --- “celibatário”. São homens que se recusam de casarem para melhor servirem e adorarem ao Senhor. São aqueles que adotaram o celibato, como João Batista, Jesus, Paulo e Barnabé (1Coríntios 7.6-9; 27-28).
     O propósito do eunuquismo voluntário (ou celibato) seria o de permitir ao camarada crente servir e adorar a Deus sem os problemas e obstáculos impostos pelo estado de casado. Paulo disse: “O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa...”. (1Coríntios 7.32-33). E ainda: (1Coríntios 7.35b). Com relação ao casamento, Paulo declarou: “...tais pessoas sofrerão angústias na carne, e eu queria poupar-vos”. (1Coríntios 7.28).

      Em Cristo
      Francisco Rodrigues Filho