quinta-feira, 7 de março de 2013

O Crente pode perder a Salvação?


Convite à Loucura Nº33 Crente Pode Perder a Salvação?

        Você sabia que há salvação fora da igreja? E que a igreja nem auxilia na salvação! Alguns podem dizer: “É claro que só quem salva é Cristo!” Contudo, apesar dessa afirmação, vivem como se a igreja institucional tivesse o poder de salvá-las. Para esses, que assim pensam, tenho uma novidade; a igreja nunca salvou ninguém e em muitos casos ela distancia as pessoas de Cristo e de sua salvação. Outros dizem que a igreja não salva, mas quando alguém dela se afasta, logo dizem que aquela pessoa está perdida, afastada de Cristo, no inferno. É assim ou não é?

Você é um afastado da igreja institucional?   
         Logo que alguém deixa sua igreja por algum motivo, motivo para deixá-la é o que não falta, os outros membros logo espalham que aquele camarada está afastado de cristo, perdeu a salvação, e isso está tão enraizado na cabeça das pessoas de tal modo que o próprio indivíduo que se afastou da igreja começa a achar que realmente está afastado de Cristo, embora seja um crente sincero no Senhor Jesus. Temos uma boa nova para vocês, que na realidade não é novidade, mas já foi pregada a mais de dois mil anos atrás.
A Boa Nova de Novo!
          Quem ouviu o evangelho da salvação, e nele creu, e foi selado com o Espírito Santo da promessa; está salvo, (Efésios1.13). E nada nesse mundo tem o poder de separar essa pessoa de Cristo. Em Cristo Jesus, nós, que estávamos longe de Deus, viemos para perto dele pelo sangue de Cristo, Efésios 2.12-13.
         E uma vez perto dele, nada nesse mundo, nem a morte, nem vida, nem anjos, nem autoridades celestiais, nem coisas do presente, nem do futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar desse imenso amor, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor, Romanos 8.38-39. Nada e nenhum ser no universo poderá nos separar do alcance do Espírito de Cristo. A única pessoa que não consta na lista, e que poderia fazer isso, seria o próprio Deus; no entanto, é ele mesmo quem nos tornou justos (v.33). A segurança do crente jamais pode ser vencida, enfraquecida nem ameaçada, por qualquer poder concebível dos céus, do inferno ou da terra.
         Quem ensinar que sua salvação pode ser perdida, na realidade está tentando lhe manipular e lhe causar medo em troca de algo; cuidado!
         Claramente a Bíblia nos diz que os salvos em Cristo têm a vida eterna (João 3.16, 1João 5.11). Ou alguém tem vida eterna ou não é salvo.
          Eterno em grego aiônios ; significa sem fim. Ou seja; uma coisa que não terá mais fim, nunca. Vida eterna que pode um dia acabar não é vida eterna.

          A nossa salvação não depende do nosso esforço, mas unicamente da graça de Deus (Efésios 2.8; Romanos 6.23). Se a minha salvação dependesse do meu esforço, eu é que seria o salvador de mim mesmo; essa é a conclusão lógica desse pensamento; contudo nossa salvação não depende de nós. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;” Efésios 2.8. Leia também Filipenses 2.13.

          O teólogo antigo João Calvino desenvolveu a teologia da eleição e predestinação. Usando versículos como João 10.27-29; Romanos 8.38-39 e outros. Criou o extremo de que; “uma vez salvo, sempre salvo.”  Já seu discípulo Armínio, fez objeções às suas idéias, e usando versículos que indicam a real possibilidade do desvio ou da apostasia fatal, tais como Lucas 13.24; Colossenses 1.22-23; 1Coríntios 9.27; 2Pedro 2.20-21, criou um ensino que vai de encontro com o de João Calvino, indo ao extremo oposto. É certo que há trechos bíblicos que podem ser usados em apoio tanto ao calvinismo quanto ao arminianismo. É um ensino que aparentemente entra em contradição consigo mesmo, mas tão-somente devido à nossa incapacidade intelectual de acompanhar dois lados extremos de uma única grande verdade divina. Tais doutrinas formam um “paradoxo”, isto é, um ensino que aparentemente se contradiz consigo mesmo. O Problema da “segurança” e do “desvio” é meramente uma subcategoria do problema mais profundo do “livre-arbítrio humano” e do “determinismo divino”. De alguma maneira ambas as doutrinas são verdadeiras. Como resolver esse problema? Veremos!

A Segurança eterna do crente é absoluta, mas a possibilidade de queda é relativa.
         Não podemos imaginar que a promessa de segurança eterna, feita pelo Senhor Jesus, possa vir a falhar; e essa promessa se vê clara e poderosamente em passagens como João 10 e Romanos 8, citado acima. Cristo prometeu, incondicionalmente, a segurança eterna de todos os crentes. Não podemos suavizar tal ensinamento.
      Mas também, tanto as Escrituras como a própria experiência humana comum demonstram que crentes verdadeiros podem desviar-se e cair a um lugar onde perdem totalmente o interesse pelas verdades espirituais, e que alguns deles chegam ao extremo da apostasia, isto é, de perderem completamente a fé. E não estou falando do indivíduo que apenas deixou de congregar-se em uma caixa de concreto.
      Contudo esse desvio ou apostasia podem ser considerados como relativos, isto é, representam um estado temporário da alma, e não uma situação eterna do indivíduo.
       Podemos concluir, então, que um crente pode desviar-se nesta vida. Só que; deste lado da existência ou do outro lado daquilo a que chamamos de morte física, tal crente voltará ao Senhor Jesus.

O Outro Lado da Vida.
       Podemos especular, como fizeram certos pais alexandrinos da igreja primitiva, que as questões finais da salvação não são necessariamente determinados nessa existência física, mas antes, podem ser fixadas ao longo da existência eterna da alma. Essa crença em um mundo intermediário, onde as almas se perdem ou são salvas, é muito antiga; e não se trata da doutrina católica do purgatório, não me entendam mal! Não só em meio aos pais alexandrinos como também era uma doutrina judaica comum.
        O teólogo que acha que sabe de tudo e que pensa que conhece tão profundamente a verdade divina que nada mais resta pra ser aprendido, está tão enraizado nesse engano que chamá-lo de idiota ainda é um elogio.

Conclusão.
        É bíblico que Cristo garante a salvação eterna dos crentes. Também é bíblico que o crente pode se desviar e ficar em um estado decaído. Só que esse desvio do crente é uma possibilidade relativa. Em outras palavras, isso pode ocorrer e realmente ocorre e aquele que se desviou pode experimentar a morte física estando nesse estado decaído; entretanto, em algum ponto, na longa história da alma, a promessa de segurança absoluta, feita pelo próprio Senhor   Jesus, se cumprirá. Tal crente será reconduzido aos pés de Cristo, e a sua salvação será levada à sua total posse, porque a promessa de segurança feita por Cristo é absoluta, e nenhum dos eleitos pode finalmente perder-se.
       Sim, o verdadeiro crente pode ser derrotado; mas essa derrota é tão-somente temporária. Se aplicarmos os meios espirituais que nos foram proporcionados, não teremos necessidade de cair. Desde esta vida terrena poderemos desfrutar de uma salvação abundante, conforme deve ser o desejo de todo o crente sincero e autêntico. Portanto, devemos nos mostrar diligentes em confirmar ainda mais nossa chamada e eleição.

       “Portanto, irmãos, esforçai-vos cada vez mais por firmar vosso chamado e eleição; porque, fazendo isso, não tropeçareis jamais.” 2Pedro 1.10.

         Em Cristo
         Francisco Rodrigues Filho