Convite à Loucura Nº25 O Cristão deve falar em Línguas
Estranhas? (Parte 1)
As “doutrinas” são muitas nesse enorme e
multifacetado segmento religioso de nossos dias. Toda essa confusão religiosa
tem acarretado problemas como a superficialidade da teologia, pessoas que ficam
flutuando de igreja em igreja, a flexibilização dos costumes e a exploração da
fé com objetivos puramente financeiros. A “oferta” evangélica na mídia é tão
intensa que fica difícil distinguir o trigo do joio.
Nós que fazemos o CONVITE À LOUCURA
sabemos que nosso papel como veículo de informação, apologia, edificação e
serviço só será plenamente exercido se nossa postura em relação ao segmento
evangélico for, ao mesmo tempo, crítica e que tenha propósito. Somente assim,
apontando rumos que podem ser melhores, todos os cristãos (que nos lêem)
poderão colaborar no sentido de levar ao mundo o Evangelho que salva.
Mais uma batalha a ser travada é essa
que tem o objetivo de esclarecer a muitos cristãos sobre essa questão de alguns
“falarem línguas estranhas”.
Daqui pra frente, em uma sequência de estudos,
iremos ver detalhadamente toda essa questão sobre línguas estranhas.
Meus amados irmãos...
Vamos à Bíblia Sagrada!
Alguns camaradas, líderes e membros
cegos, intoxicados de doutrinas e regras de religiosos, ensinam algo muito
estranho sobre um dom que Deus outorgou aos crentes do passado (isso não quer
dizer que ele não pode mais distribuir esse dom nos dias atuais). Vamos
avaliar, na Bíblia, esses fenômenos e vamos, com a ajuda do Espírito Santo,
descobrir o que o Senhor tem pra nos ensinar.
Atos 2
A Enorme Diferença
Entre o “Dom de línguas” e essas “línguas” que se falam hoje em dia.
Os adeptos das “línguas estranhas” não
podem se basear em Atos Capítulo 2 para sustentar sua doutrina de que só os que
falam essas línguas estranhas são os que foram batizados com o Espírito Santo.
Nem que todos que são batizados com o Espírito Santo devem falar essas línguas
estranhas!
Primeiro vamos ver a enorme diferença
entre o Dom de Línguas, para essas línguas estranhas faladas hoje em dia.
No dia da festa de Pentecostes, quando os
Galileus foram vistos falando tantas línguas diferentes, os judeus da Judéia
ficaram atônitos. Leia Atos 2.1-13, essas línguas eram idiomas estrangeiros
existentes, articulados, conhecidos dos ouvintes, que entenderam a mensagem em
seus dialetos nativos (Atos 2.7-8;11).
A primeira diferença é que o ambiente era
muito diferente: A) Eles não estavam pedindo ou buscando, como fazem alguns
camaradas nos dias de hoje. Passam horas, dias, semanas e até mesmo meses
pedindo e buscando esse batismo; chorando, jejuando; é um verdadeiro
descomedimento, um despropósito, uma baboseira só. Não! Os discípulos em Atos
2, não fizeram isso. B) Eles também não estavam pulando, gritando, ou dando
gritos de “glórias”, e nenhum pastor ungido estava impondo suas mãos vazias
sobre suas cabeças vazias, como se faz
nos dias atuais. E como eles estavam? A Bíblia diz que estavam “assentados”,
Atos 2.2. Que diferença do que se vê na contemporaneidade.
Atos 2.1-12; No versículo 4, o texto diz,
literalmente no grego; “outras línguas”. Não eram línguas estranhas. O termo;
“língua estranha” não existe no Novo Testamento. Mas sim, outros idiomas, e,
quais foram esses outros idiomas? O próprio texto responde essa pergunta; veja
Atos 2.6-8;11. A multidão podia entender, compreender o que os discípulos
estavam falando, pois eles falavam nos seus dialetos e línguas de suas nações. Esse “falar em
línguas” do livro de Atos é o legítimo dom de línguas dado por Deus, e é muito
diferente das loucuras que se vê nesses ambientes pentecostais e
neo-pentecostais.
Não era língua estranha sem sentido algum,
pois nenhum idioma no mundo é sem sentido, 1Coríntios 14.10; “Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo;
nenhum deles, contudo, sem sentido”. Nesse versículo Paulo
aponta o óbvio: o propósito de toda língua é comunicar, e não impressionar e,
certamente, não confundir, como os pentecostais, e outros amantes desse tipo de
língua estranha, estão fazendo com suas distorções. Cada pessoa ouvia os
apóstolos falar em sua própria língua (Atos 2.6-8;11). O verdadeiro dom de
línguas nunca foi um blá, blá, blá, que ninguém compreende, mas uma língua
humana que deveria ser traduzida 1Coríntios 14.13.
Atos 10
Vejamos o Dom de
Línguas na experiência de Cornélio.
Atos 10.44-48; Aqui está a segunda
ocorrência do verdadeiro dom de línguas no livro de Atos, na experiência de
Cornélio e os da sua casa.
Leia o versículo 46 de Atos 10, e responda
francamente; como poderia os ouvintes saber ou entender que Cornélio e sua casa
estavam exaltando a Deus, se eles estivessem falando uma língua estranha como
essa que se falam nas igrejas nos dias de hoje? Um “blaraculuxuminaxaiaram”que ninguém, em país nenhum entende. O povo
que veio com Pedro, como diz o texto, entendia que Cornélio estava exaltando a
Deus porque não era uma língua estranha sem sentido, que Cornélio falava, e sim
outro idioma.
Atos 19
Vejamos a
Experiência dos Doze Discípulos de João.
A terceira e última ocorrência do
verdadeiro “Dom de línguas” em Atos, acha-se na experiência dos doze discípulos
de João, o batista, em Éfeso; Atos 19.1-7. Os pentecostais usam esse texto para
ensinar que a pessoa depois de
convertida, depois de ser crente, recebe uma segunda bênção que é o do batismo
com o Espírito Santo, e isso é evidenciado pelo dom de línguas estranhas. Isso
mostra o quanto esse povo é ruim em interpretação Bíblica. O texto claramente
demonstra que esses camaradas, discípulos de João, não eram crentes, pois nem
conheciam Jesus, nem o Espírito Santo, (Atos 19.2).
Esse texto de Atos 19.1-7, também nos
esclarece que recebemos o Espírito Santo no momento em que cremos, enquanto os
pentecostais, e seus ramos, ensinam que; Creem depois é que recebem, depois de falarem línguas estranhas.
Paulo perguntou: “Recebestes,
porventura, o Espírito Santo quando crestes?” Ou seja; Vocês receberam o Espírito Santo no momento em que creram? Isso demonstra
claramente que se recebe o Espírito Santo no momento que se crer! O Evangelho
de Jesus Cristo revelado por Deus deve ser ouvido (Romanos 10.17) e crido (João
1.12) para se receber o Espírito Santo e a salvação, (Efésios 1.13-14), veja
nesse versículo que crer e receber o Espírito Santo são duas ações simultâneas.
Quem não recebeu, não creu, quem creu, já recebeu! Não pode existir essa
conversa de crer e depois ficar fazendo simpatias, bruxarias e loucuras para
recebê-lo. Veja também que em Atos 19.4, Paulo deu instrução não sobre como
receber o Espírito, como se fazem nesses redutos pentecostais, mas sobre Jesus
Cristo. Tem igrejas por aí que dão até cursos de como receber o Espírito Santo;
outras ensinam detalhadamente o que fazer para que o Espírito venha sobre eles.
Paulo do contrário ensina-lhes sobre Cristo nossa salvação, e, em crendo, são
automaticamente batizados por Cristo com o Espírito Santo.
Essas línguas em que esses dozes homens
ficaram profetizando, eram outros idiomas como os de Atos 2. Profetizar é falar
e pregar corajosamente a palavra de Deus
Um Resumo do que
Vimos!
Os fenômenos de línguas que
vimos em todo o livro de Atos, são o verdadeiro fenômeno de línguas dado por
Deus. Concluímos, pois que o verdadeiro “Dom de Línguas,” nada tem haver com
essa bagunça esquisita que se vê nesses ambientes pentecostais.
Todos esses dons estiveram
presentes e bem ativos no início da igreja e teve um objetivo sem igual.
Se você fizer um estudo
minucioso nas escrituras sobre esse tema, verá que os dons de milagres (que
depois escreverei sobre eles), cura, variedade de línguas e interpretação de
língua, foram manifestações temporárias, somente para a era dos apóstolos e,
portanto, cessaram. O propósito deles era autenticar os apóstolos e suas
mensagens como a verdadeira Palavra de Deus, até que a Bíblia completa fosse
concluída e se autenticasse por si própria.
Em Cristo
Francisco Rodrigues Filho