sábado, 18 de agosto de 2012

Convite à Loucura Nº 26


Convite à Loucura Nº 26 O Cristão deve falar em Línguas Estranhas? (Parte 2)
                 
       Esforcei-me o quanto pude, no folheto anterior, para mostra-lhes que no Livro de Atos está presente o verdadeiro dom de Línguas, que era os homens de Deus falando e pregando sua palavra em qualquer idioma sem precisar serem poliglotas. O Espírito Santo de Deus os capacitava de maneira inigualável a se expressarem em uma língua que eles não dominavam. Mostrei também o quanto é diferente aquele dom maravilhoso do que se vê hoje nos templos por aí!
        Vamos agora estudar 1 e 2 Coríntios. Pois, como disse Paulo: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” 1Coríntios 12.1.
Contexto histórico.
        Coríntios era uma cidade portuária muito importante da Grécia. Uma cidade extremamente devassa, que tinha um templo de Afrodite em cima de uma montanha; onde cultuavam falsos deuses com sexo intensamente devasso. Afrodite, no panteão grego, era a deusa do amor. Cerca de mil sacerdotisas, as quais eram prostitutas “religiosas”, viviam e trabalhavam lá e desciam para a cidade à noite a fim de oferecer seus serviços aos homens da cidade e aos visitantes estrangeiros. Mesmo pelos padrões pagãos de sua própria cultura, Corinto tornou-se tão corrupta moralmente que o seu próprio nome virou sinônimo de depravação: “corintianizar” representava imoralidade flagrante e libertinagem acompanhada de embriaguez. De acordo com estudiosos, Corinto era uma cidade de marinheiros de gente de várias culturas, viajantes que quando passavam por ali queriam dar uma de playboys da era antiga. Bacanal, orgias, devaneios sexuais; tudo isso ligado ao paganismo religioso.
       1Coríntios 12. 1-14.40. Essa seção concentra-se nos dons espirituais na igreja
A situação da falsa religião em Corinto provocava manifestações espirituais forjadas que tinham que ser confrontadas. O principal objetivo desta epístola (carta) é a correção do comportamento.
                                                       A Lista de Dons                         
       Paulo não escreveu essa lista de dons para dizer que todos os crentes em todas as épocas fariam, ou teriam esses dons maravilhosos. Qual era, então, a finalidade de Paulo? Era justamente repreender os Coríntios por enfatizar alguns dons e desprezar outros (v.14-20). Eles também estavam desprezando aqueles irmãozinhos que tinham outros dons, mas não eram espetaculares (v.21-26).

        Por meio da ilustração que Paulo faz de como cada parte do corpo humano é essencial para o funcionamento do todo. Alguns membros egoístas estavam descontentes com seus dons, almejando dons que não haviam recebido (v.11). Paulo ressalta que os dons não devem ser buscados, mas recebidos do Espírito “como lhe apraz”. É somente ele quem “opera” ou estimula, (v.6), todos os dons do modo como ele mesmo decide. Por isso é idiotice ficar buscando dons. Almejar um dom por razões egoístas é errado, já que eles foram soberanamente concedidos por Deus como lhe aprouve (v. 7; 11; 18; 28).

        As línguas que vimos em Atos, era o verdadeiro dom de línguas; já o que veremos aqui na carta aos coríntios e o que vemos nos templos, hoje, são línguas fajutas ou manifestações de êxtase causado pela emoção com uma “ajudazinha” dos demônios.

         É justamente isso que me proponho a mostrar, na Bíblia, daqui pra frente.
Os dons espirituais são capacitações divinas para o serviço (ministério) que o Espírito Santo dá em certa medida a todos os cristãos e devem estar totalmente sob o seu controle, bem como ser usados para a edificação de todos que fazem parte da Igreja para a glória de Cristo.

         O que estava acontecendo em Corinto era que a falsa religião estava provocando manifestações espirituais forjadas, e como já disse, tinham que ser confrontadas. Paulo ensinou que os verdadeiros dons devem ser diferenciados das experiências místicas denominadas “êxtase” que na realidade era comunhão sobrenatural e sensual com uma divindade e também “entusiasmo”, que eram adivinhações, sonhos, revelações e visões. Tudo isso era encontrado nas religiões pagãs de Corinto. Leia 1Coríntios 12. 1-11.
       É por isso e muito mais que não devemos estabelecer como regra de interpretação e nem como modelo de comportamento religioso, as crenças e o comportamento dos crentes de Corinto. A Bíblia nos diz que a igreja de Corinto tinha todo tipo de pecado, de irmãos que se embriagavam na celebração da ceia (1Coríntios 11.21), a irmãos que estavam tendo relações sexuais com a madrasta (1Coríntios 5.1).

        Diante disso nos questionamos; “Devemos imitar os coríntios?” É o que os faladores de línguas estranhas estão fazendo. ESSE FALAR EM LÍNGUAS QUE ESTAVA ACONTECENDO EM CORINTO NÃO É A MESMA DE ATOS. NO MÍNIMO É A MESMA QUE FALAM HOJE, NOS TEMPLOS, PENTECOSTAIS E NEO-PENTECOSTAIS.
        A igreja de Corinto que se tornou célebre na deturpação das práticas do cristianismo, foi a primeira a lançar a confusão que ainda hoje perdura.
       Essa língua falada em Corinto é totalmente diferente da de Atos. Aqui, essas línguas não passa de algaravias, ou seja; linguagem pouco inteligível. É uma língua extática, onde a pessoa se fala num estado de êxtase, fora de si. Ou era uma linguagem fraudulenta que nada tem a ver com o verdadeiro dom de língua de Atos. A Bíblia não apresenta nenhuma ocorrência de qualquer cristão falando a Deus em nenhuma outra língua a não ser na língua comum dos seres humanos.
1Coríntios 12
       Outra  prova Bíblica de que o batismo com o Espírito Santo, não tem nada a ver com o falar em outras línguas, é o capítulo 12 de 1 Coríntios.
      Veja 1Coríntios 12. 29-30, e observe essas sete perguntas que Paulo faz. Ele usou, no grego uma partícula interrogativa quando se espera uma resposta negativa; grego: “mi.”Exemplo; a primeira pergunta: “Porventura, são todos apóstolos?” grego: “mi pántes apóstoloi;”. Também podia se traduzir por: “Acaso, são todos apóstolos?”. Cada uma dessas sete perguntas retóricas esperava-se um “não” como resposta. Ou seja; os irmãos de Corinto tinham dons, mas, não eram todos apóstolos, nem todos eram profetas, nem mestres. Não eram todos que operavam milagres. Também não eram todos que curavam. Não falavam todos em línguas. Entendeu?
      Não eram todos os irmãos que falavam em línguas!
       Você pode me perguntar: “O que isso tem a ver?” Explico agora! Nem todos os irmãos de Corinto falavam em línguas. Contudo todos eles foram batizados com o Espírito Santo; leia 1Coríntios 12.13.
       Isso deixa claro que o batismo com o Espírito Santo, não tem nada a ver com o falar em outras línguas. Nem todos falavam em línguas, contudo, foram todos batizados com o Espírito Santo.
    Os que defendem as línguas estranhas pregam que; sempre que se é batizado com o Espírito Santo, o que prova esse acontecimento é a manifestação de se falar essas línguas estranhas. Ou seja todos que forem batizados no Espírito têm que falarem línguas estranhas. 1Coríntios 12.13, Esse texto da Bíblia descarta essa idéia. Alguns irmãos em Corinto não falavam em línguas, apesar de terem sido batizados com o Espírito Santo.      
       O fenômeno de línguas estranhas na igreja de Corinto, é de natureza diferente da de Atos. Aqui se trata de fala extática, ou seja; pessoas em êxtase, emitindo oralmente sons inarticulados, que não formam idiomas, ou pessoas imaturas querendo exibir-se e vangloriar-se de um dom que nunca receberam de verdade como se vê nas igrejas hoje em dia, ao contrário das línguas faladas no livro de Atos.

Em Cristo

Francisco Rodrigues Filho